quarta-feira, 28 de março de 2012

Alimentação saudável: impacto de desenhos animados portugueses estudados


  


Nova série de animação portuguesa visa mostrar a importância de uma alimentação saudável para crianças e terá seu impacto avaliado pela Organização Mundial de Saúde.

Crianças portuguesas, holandesas e húngaras vão participar de um estudo internacional que pretende avaliar o impacto, nos seus hábitos alimentares, de uma nova série de animação 100% portuguesa - os Nutri Ventures.

Teo, Lena, Ben e Nina são os heróis destes desenhos animados, que serão apresentados sábado no Cinema S. Jorge, em Lisboa. Por detrás de cada aventura dos Nutri Ventures há sempre o mesmo objetivo: mostrar a importância de uma alimentação saudável.

Para garantir que as mensagens nutricionais são "as mais indicadas", todas as falas dos heróis e vilões da animação foram lidas e revistas por especialistas da Associação Portuguesa de Nutricionistas, disse Rui Lima Miranda, um dos sócios fundadores da empresa Nutri Ventures.

No final do ano a série começará a ser vista também pelas crianças brasileiras, húngaras, polacas e israelitas. A empresa que produz a série está ainda em negociações para conseguir que os quatro heróis cheguem, ainda este ano, ao Reino Unido, Itália, México e China.

Para já, o trabalho português conseguiu chamar a atenção da Organização Mundial de Saúde (OMS): "Quando nos foi apresentado o projeto vimo-lo com bastante interesse não só pelos aspectos tecnológicos, mas particularmente pela mensagem e, uma vez que vai ser transmitida em muitos países, achamos que era importante medir o seu impacto. Por isso, sugerimos a realização de um estudo e ajudamos a estabelecer contatos com organismos com grande capacidade de investigação na área da promoção de saúde", contou o coordenador do programa de nutrição da OMS, João Breda.

Os responsáveis da Nutri Ventures aceitaram pôr a série à prova e, segundo Rui Lima Miranda, os testes serão feitos a partir do segundo semestre deste ano em três países: Portugal, Holanda e Hungria.

De acordo com o responsável da OMS, "os investigadores deverão estudar o impacto em termos de consumo alimentar e de atividade física das crianças, mas também em termos de conhecimento, percepções e das atitudes das crianças".

O excesso de peso afeta uma em cada quatro crianças europeias e até agora ninguém conseguia convencê-las para a importância da alimentação saudável, disse Rodrigo Carvalho, o outro sócio fundador da Nutri Ventures.

A série criada por Rodrigo e Rui tem como vilão um louco que decide ser dono do mundo, destruindo todos os alimentos e criando uma barra altamente calórica que se come apenas uma vez por dia. No entanto, antes da destruição, um grupo de nutricionistas consegue esconder todos os alimentos, que dão superpoderes às crianças.

"Não podemos esperar que a série vá mudar o panorama da obesidade na Europa, mas pode ter um efeito interessante e, por muito reduzido que seja, será sempre um contributo positivo", disse João Breda, lembrando que é preciso uma conjugação de políticas nacionais e locais que permitam que as crianças e suas famílias tenham acesso a uma alimentação saudável.

Para assistir ao trailer (em inglês) do Nutri Ventures clique no link: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=KjTz3q_xnMk#!

Conheça também o site oficial do desenho animado em: http://www.nutri-ventures.com/



segunda-feira, 26 de março de 2012

Idec questiona Anvisa e fabricantes sobre os perigos do corante Caramelo IV

 




O Idec enviou nesta segunda-feira (12/3) cartas à diversas empresas, entre elas Coca-Cola Brasil, Ambev, Schincariol e outras que utilizam o Corante Caramelo IV na fórmula de seus produtos, assim como para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), questionando-os sobre a periculosidade do ingrediente e sua associação com o câncer. 
 
O Instituto realizou um levantamento de refrigerantes e energéticos que possuem o corante Caramelo IV em sua fórmula. Diante dos estudos que apontam para o perigo desse aditivo, questionou se as empresas parariam de utilizá-lo. Vale lembrar que o Caramelo IV não está presente apenas em refrigerantes, mas também em energéticos, sucos, biscoitos, cereais matinais e até granola. 
 
No processo de elaboração do Caramelo IV, a utilização de amoníaco e sulfitos acaba gerando dois subprodutos: 2-metilimidazol e 4-metilimidazol. Conforme o estudo norte americano produzido pelo Programa Nacional de Toxicologia do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos divulgado em 2007, existe clara evidência que estes subprodutos são cancerígenos em animais. Importante notar que os compostos cancerígenos em animais são comumente proibidos para o consumo humano.
 
Mudanças
Nos Estados Unidos, após diversas petições de entidades de defesa do consumidor, o estado da Califórnia reconheceu a periculosidade do aditivo. Diante disso, empresas como a Coca-Cola e a Pepsi dos Estados Unidos divulgaram que realizarão mudanças em suas fórmulas.
 
Por ser um ingrediente que desempenha uma função puramente estética, o Idec questionou às empresas brasileiras se elas possuíam outras alternativas que possam substituir o Caramelo IV por corantes que não representassem risco à saúde. Foi indagada ainda a quantidade de 2-metilimidazol e 4-metilimidazol presente em seus produtos.
 
À Anvisa o Idec questionou qual a base científica para permissão do uso do Caramelo IV no Brasil (estudos que garantem a segurança do aditivo), e se a agência monitora as quantidades de Caramelo IV e 2-metilimidazol e 4-metilimidazol presentes nos produtos alimentícios brasileiros. O Idec exigiu que a agência adotasse providências imediatas, tendo em vista a proteção à saúde do consumidor.
 
As empresas e a Anvisa terão o prazo de 10 dias para responder aos questionamentos do Idec. Os resultados da pesquisa serão divulgados na edição de maio Revista do Idec.
 
 
 

Com potencial cancerígeno, aditivo traz sérios riscos à saúde da população; Coca-Cola e Pepsi já anunciaram alteração na fórmula de seus refrigerantes nos Estados Unidos

quarta-feira, 21 de março de 2012

Refrigerante cancerígeno? O que o Direito tem a dizer sobre isso?


Por Mariana Ferraz
“A Coca-Cola e a Pepsi decidiram mudar a fórmula, nos EUA, do corante caramelo que compõe os refrigerantes para não ter de colocar um alerta de risco de câncer em suas latas” (Folha.com, 9 de março de 2012).
Repercutiu na imprensa internacional e na nacional. Grandes empresas anunciam mudanças na composição de seus produtos em função dos riscos oferecidos à saúde do consumidor. Faltou, no entanto, o destaque: a mudança ocorrerá apenas nos produtos comercializados nos Estados Unidos. E no Brasil, e no resto do mundo? Como fica o dever de precaução dessas empresas fora dos EUA.
 
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) realizou um levantamento de alguns produtos da linha de refrigerantes e energéticos que possuem em sua composição o corante Caramelo IV (INS150d) e constatou que esse aditivo encontra-se muito mais presente no cotidiano do consumidor brasileiro do que ele imagina. Está também nos nacionalíssimos refrigerantes de Guaraná (Guaraná Antártica, Kuat, Dolly e outros) e na maioria dos energéticos (compostos líquido pronto para consumo à base de taurina e/ou cafeína). Não só em bebidas, o corante caramelo IV pode ser encontrado também em cereais matinais e granolas. 

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